Segundo o site http://www.medicaltecnica.com.br/noticia#! uma pesquisa publicada em setembro de 2013 no jornal online BMJ Open, verificou que eventos da vida cotidiana vivenciados de forma estressante podem desencadear alterações fisiológicas longas e duradouras no cérebro. Foram analisadas 800 mulheres suecas cuja saúde e bem-estar mental foram monitorados por um período de quase 40 anos. Observou-se que 10% das mulheres desenvolveram demência, sendo que das quais 104 desenvolveram Alzheimer.
De acordo com a sociedade de Alzheimer, este não é o primeiro estudo a vincular o estresse com o desenvolvimento da demência. No entanto, ainda não se sabe se o estresse é a causa ou se exacerba os sintomas.
No entanto, como todos nós passamos por eventos estressantes, entender como esses eventos podem se tornar um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é a chave para nos ajudar a prevenir ou tratar a condição.
domingo, 27 de outubro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
DICAS PARA MEMÓRIA
- amplie o repertório cultural, a leitura nos dá agilidade mental, aumenta nosso vocabulário e facilita a capacidade de associar ideias. Quanto mais diverso for o repertório de uma pessoa (literário, musical, cinematográfico etc.), melhor funcionará sua memória;
- diversifique as atividades diárias;
- bons hábitos alimentares: alimentos ricos em flavonoides (presentes nas frutas vermelhas), ômega-3 (peixes, castanhas), vitaminas do complexo B (carnes vermelhas, aves, grãos integrais, leite) e colina (ovos) – este último nutriente é precursor do neurotransmissor acetilcolina, que é envolvido no processo de memorização;
- relaxantes noites de sono irão consolidar a memória de longo prazo;
- atividade física aumenta a oxigenação cerebral e promove a liberação de substâncias favoráveis ao aprendizado, além de trabalhar a coordenação motora;
- não adianta ler várias vezes para memorizar as dicas, mas prestar muita atenção em cada uma delas será essencial, pois a boa memória depende de atenção. Se a pessoa está desatenta ou distraída, não fixa bem as informações;
- treino e disciplina;
- Sigam as dicas e façam atividades diversificadas, que usem os sentidos para aquisição de informação de forma prazerosa e sem estresse, pois este libera o hormônio cortisol, o que faz com que a memória fique prejudicada quando há excesso dele;
- A redução do número de sinapses (as conexões entre os neurônios), o decréscimo na produção de neurotransmissores e os declínios do metabolismo são problemas naturais que acompanham o envelhecimento e, por consequência, nossas memórias. Portanto, manter uma constante atividade intelectual pode minimizar a perda de neurônios.
- TODAS AS ATIVIDADES SÃO IMPORTANTES QUANDO DÃO PRAZER, então escolha uma que seja interessante para você e benéfica para o cérebro: aprender a tocar um instrumento musical; estudar uma língua estrangeira; jogar videogame; fazer sudoku; buscar novas rotas para o trabalho; matricular-se em aulas de dança.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Quais as consequências cognitivas de um stress pós traumático??
Com a violência
social que vivemos hoje em dia, muitos de nós já passamos por situações
estressantes e traumatizantes ou conhecemos alguém que já vivenciou um
assalto, sequestro, violência física, psicológica, sexual e entre outras. E
diante daquela pessoa vítima, nos deparamos com muitos sofrimentos e dificuldades,
que acabam interferindo na vida pessoal, acadêmica e profissional da vítima. Eis que surge uma questão: qual a consequência neuropsicológicas do
transtorno de estresse pós traumático? O que acontece com nosso cérebro que
prejudica nossa vida de forma geral?
Segundo a Associação
Americana de Psiquiatria (2002), os critérios do transtorno de estresse pós
traumático (TEPT) são agrupados em três categorias de sintomas: reexperiência
intrusiva do trauma, esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e
entorpecimento da reatividade geral e sintomas persistentes de excitabilidade
fisiológica.
No CID 10 (Código das
Doenças Internacionais – 10ª edição, 2006) em sua última versão, o estresse
pós-traumático caracteriza-se como uma resposta tardia e/ou protraída a um
evento ou situação estressante (de curta ou longa duração) de natureza
excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica. E, reconhecidamente, causaria
extrema angústia em qualquer pessoa. O paciente experimentou, testemunhou ou
foi confrontado com um evento ou eventos que implicaram morte ou ameaça de
morte, lesão grave ou ameaça da integridade física a si ou a outros.
Cognitivamente
falando, o TEPT é ainda entendido como, um distúrbio da memória, devido às
falhas no processamento da informação do evento traumático, que podem estar
associados: ao processamento seletivo do conteúdo do evento traumático, á
generalização dos estímulos explícitos e implícitos da memória traumática, a
problemas para o esquecimento direto do conteúdo traumático da memória, a
problemas na recuperação das memórias autobiográficas (Macbally, 1998 apud Borges e Dell’Aglio, 2008).
De acordo com Bremner
(1999), Glaser (2000) e De Bellis (2005) apud
Borges e Dell’Aglio (2009) o abuso tem efeito sobre os processos de maturação e
organização cerebral, devido a hiperativação crônica dos sistemas neurais de
resposta ao estresse.
Pesquisas de
neuroimagem indicam a presença de prejuízos no hipocampo, hipotálamo, amígdala,
córtex pré frontal e giro cingulado anterior. Estas regiões estão implicadas na
regulação emocional, aprendizagem, memória, atenção e controle executivo.
Observa-se redução do volume cerebral, do hipocampo, do corpo caloso, giro
cingulado anterior, giro cingulado superior e córtex pré frontal e aumento dos
ventrículos laterais.
Grinker e Spiegel
(1945), Kardiner (1941) e Tem (1993) apud
Silva (2000), dizem que memórias traumáticas são codificadas de um modo
diferente do que memórias de eventos comuns, isto porque o estado emocional, em
que o individuo se encontra, interfere na função do hipocampo que estão ligados
com a memorização.
Pesquisas
neurobiológicas e neuropsicológicas do transtorno de estresse pós traumático
sugerem que as memórias intrusivas do trauma são acompanhadas de altos níveis
de excitabilidade fisiológica, as quais ativam o hipocampo, a amígdala, o lobo
temporal inferior, o córtex pré frontal e o eixo hipotálamo – hipocampo – amígdala
(HHA) (Elzinga & Bremner, 2002; Pine, 2003 apud Borges e Dell’Aglio, 2009).
Os
mesmos autores citam que falhas na inibição dos estímulos cognitivos, baixa
capacidade de inibição emocional, maior presença de lembranças intrusivas e
déficits de atenção sustentada foram relacionadas aos prejuízos no
funcionamento do córtex pré frontal.
Estudos
indicam também um baixo desempenho na memória verbal declarativa, memória
imediata, habilidades visuoconstrutivas, atenção sustentada e nas funções
executivas; pior desempenho em tarefas de atenção e raciocínio. O baixo
desempenho na atenção pode estar associado à disfunção do córtex frontal e de
suas conexões com o sistema límbico. (Bremner, Vermeth, Afzal & Vythilingam
(2004); Vasterling & colaboradores (2002); Yehuda, Gobier, Halligan &
Harvery (2004), Beers & De Bellis (2002) apud Borges e Dell’Aglio (2009).
Eventos
traumáticos ativma os sistemas neurais de resposta ao estresse: sistema nervoso
central, sistema nervoso periférico, sistema neuroendócrino e sistema imunológico
(De Bellis, 2001; Glaser, 2000; Yehuda, 2001 apud Borges e Dell’Aglio, 2008). Também observaram que os prejuízos
nas funções cognitivas, verificados através de testagem neuropsicológica são:
memória, envolvendo recuperação imediata de informações verbais e visuais;
atenção verbal e visual; funções executivas, incluindo provas de resolução de
problemas que estão relacionados com as seguintes estruturas: hipocampo,
amígdala, córtex pré frontal e giro cingulado.
Diante do acima
exposto, as dificuldades observadas nos pacientes com estresse pós traumático
não são só de cunho emocional, mas também cognitivo. Deve-se, portanto, incluir
no tratamento, além da psicofarmacoterapia, a avaliação neuropsicológica para
constatar as funções prejudicadas e reabilita-las, psicoterapia com o objetivo
de dar suporte e promover mudanças no estilo de vida do paciente.
APA
– Associação Americana de Psiquiatria.
Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 4 ed., 2002.
BORGES, J.L; DELL’AGLIO, D.D. Funções cognitivas e transtorno de estresse
pós traumático em meninas vítimas de abuso sexual. Rio Grande do Sul:
Revista Aletheia, n 29, p. 88-102, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942009000100008
Acessado em: 10.12.10
BORGES, J.L; DELL’AGLIO, D.D. Relação entre abuso sexual na infância,
transtorno de estresse pós traumático e prejuízos cognitivos. Maringá:
Revista Psicologia em estudo, vol 13, n 2, p.371-379, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a20v13n2.pdf
Acessado em: 10.12.10
Organização
Mundial de Saúde. Classificação de
transtornos mentais e de comportamento da CID 10. Descrições clínicas e
diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
SILVA, I.R. Abuso e trauma: efeitos da desordem de estresse pós traumático e
desordem de múltipla personalidade. São Paulo: Vetor, 2000.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Transtorno bipolar lesa o cérebro
A doença causada pela alternância entre depressão e mania atinge 2,2% da população (4,2 milhões de brasileiros) segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria. Além de ser a doença que mais mata por suicídio: cerca de 15% dos doentes se matam (dados Folhapress).
Crises bipolares não são mudanças de humor no dia, de manhã está bem e a tarde irritado, nem se irritar facilmente, como muitos pensam. A doença tem duração de semanas, alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos.
Segundo o grupo do psiquiatra Flávio Kapczinski da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estudos recentes que ainda não estão publicados, observam que o cérebro com transtorno bipolar não controlado sofre com o excesso de neurotransmissores pois as crises são acompanhadas com descargas de substâncias como dopamina e glutamato. Na tentativa de controlar, o organismo envia para região células protetoras e estas produzem inflamação, causando perda de conexão entre neurônios.
Após cinco episódios de crise perde-se 10% do hipocampo, área responsável pela memória. O paciente apresenta problemas de memória, planejamento e concentração, funções ligadas a parte frontal do cérebro.
Portanto, se não tratado, o transtorno mental que mais causa suicídio, faz uma enxurrada no cérebro.
Crises bipolares não são mudanças de humor no dia, de manhã está bem e a tarde irritado, nem se irritar facilmente, como muitos pensam. A doença tem duração de semanas, alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos.
Segundo o grupo do psiquiatra Flávio Kapczinski da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estudos recentes que ainda não estão publicados, observam que o cérebro com transtorno bipolar não controlado sofre com o excesso de neurotransmissores pois as crises são acompanhadas com descargas de substâncias como dopamina e glutamato. Na tentativa de controlar, o organismo envia para região células protetoras e estas produzem inflamação, causando perda de conexão entre neurônios.
Após cinco episódios de crise perde-se 10% do hipocampo, área responsável pela memória. O paciente apresenta problemas de memória, planejamento e concentração, funções ligadas a parte frontal do cérebro.
Portanto, se não tratado, o transtorno mental que mais causa suicídio, faz uma enxurrada no cérebro.
domingo, 25 de agosto de 2013
Psicologia com crianças
Como identificar a
necessidade de uma criança fazer tratamento psicoterapêutico?
Toda a criança tem a habilidade de comunicar que algo não está bem consigo. As formas de comunicação utilizadas são comportamentos, atitudes, reações que o adulto que está por perto perceberá como sendo esquisitas, estranhas, repetitivas e até mesmo irritantes.
Por exemplo, acordar no meio da noite chorando, porque tiveram um pesadelo, e queiram que um dos pais durma com ele. No entanto, não é natural que o problema para dormir apareça todas as noites. Um outro exemplo está na criança que começa a ir para a escola, apresentar resistência para ir nos primeiros dias é também comum, pois demora para ela entender que precisa ir na escola e que coisas legais podem acontecer lá também. Entretanto, uma criança que sempre simula estar doente ou que de fato parece adoecer por temor de ter que ir para a escola, que freqüentemente apresenta uma grande dificuldade para deixar o adulto para entrar na escola, está comunicando que a situação está sendo mais dolorosa do que deveria ser.
Estes exemplos simples querem dizer que identificar que uma criança está passando por problemas e necessita de ajuda profissional. O adulto precisa prestar atenção na persistência de comportamentos e sentimentos da criança que parecem não ser adequados, que antes não estavam presentes, que se tornaram freqüentes e que mostram não se solucionar.
Qual o papel dos pais no processo de tratamento psicológico da criança?
Por exemplo, acordar no meio da noite chorando, porque tiveram um pesadelo, e queiram que um dos pais durma com ele. No entanto, não é natural que o problema para dormir apareça todas as noites. Um outro exemplo está na criança que começa a ir para a escola, apresentar resistência para ir nos primeiros dias é também comum, pois demora para ela entender que precisa ir na escola e que coisas legais podem acontecer lá também. Entretanto, uma criança que sempre simula estar doente ou que de fato parece adoecer por temor de ter que ir para a escola, que freqüentemente apresenta uma grande dificuldade para deixar o adulto para entrar na escola, está comunicando que a situação está sendo mais dolorosa do que deveria ser.
Estes exemplos simples querem dizer que identificar que uma criança está passando por problemas e necessita de ajuda profissional. O adulto precisa prestar atenção na persistência de comportamentos e sentimentos da criança que parecem não ser adequados, que antes não estavam presentes, que se tornaram freqüentes e que mostram não se solucionar.
Qual o papel dos pais no processo de tratamento psicológico da criança?
O papel dos pais é central no desenvolvimento de um tratamento
psicológico bem-sucedido. Conforme dito anteriormente, é o adulto que tem o
papel de reconhecer que algo não está bem com a criança, através de alterações
de comportamento e atitudes diferentes que começam a surgir.
A primeira consulta com o psicólogo é agendada com os pais da criança, esta é de grande importância, visto que é através dela que os pais
podem contar ao psicólogo o que está acontecendo de diferente com a criança. É
através dos pais também que o psicólogo pode investigar possíveis situações
presentes no dia-a-dia da criança que podem estar associadas aos problemas que
ela vem enfrentando. Por isso a importância dos pais na primeira consulta.Quando observamos a criança e os pais, algumas vezes a criança demonstra comportamentos diferentes diante do pai e da
mãe, o que pode ser uma informação importante para o trabalho de investigação do psicólogo.
Considerando que são os pais ou pessoas próximas que ficam
encarregadas de levar a criança semanalmente às sessões de terapia, depende dos
pais também zelar para que a criança compareça em todas as sessões de forma
pontual.
Ao longo do tratamento breves encontros com os pais podem ser
agendados para informá-los de como o tratamento da criança tem progredido,
assim como para dar-lhes possíveis orientações de como agir com a criança em
momentos críticos. Os pais, por outro lado, podem aproveitar estes encontros
para contar informações adicionais que achem importantes para o tratamento,
assim como possíveis melhoras que tenham percebido na criança.
Portanto, a
relação dos pais com o psicólogo é fundamental para o tratamento da criança e deve ser visto como cooperação e
parceria. O psicólogo infantil necessita dos pais não para lhes passar criticá los,
mas sim para obter informações e fornecer orientações a melhora da criança.
Que tipo de benefícios os pais podem esperar do tratamento psicoterapêutico
infantil?
O objetivo de qualquer
tratamento psicológico é que aquilo que gera conflito e problemas emocionais
para o paciente seja identificado e tratado para que deixe de ser algo
intolerável. Quando um problema é identificado e nomeado, estratégias de
enfrentamento podem ser desenvolvidas pelo paciente, o que permite que o
problema seja superado de maneira que o indivíduo viva sua vida saudavelmente. Pensando nisso, os pais podem esperar que o tratamento
psicoterapêutico devolva à criança a possibilidade dela retomar uma infância
mais tranqüila que a permita se desenvolver emocionalmente mais seguro e satisfeito.
A terapia infantil visa auxiliar a criança a reconhecer e superar conflitos que
têm, assim como a desenvolver estratégias saudáveis para tolerar as limitações
que todos nós humanos temos nas nossas vidas, aprender a lidar com os deveres e com as faltas, além de poder expressar o que sentem, o que faz sofrer, o que incomoda e o que não está conseguindo lidar.
Raquel Formigoni Dias
Psicóloga e Neuropsicóloga
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Psicoterapia
Psicoterapia é um
método de tratamento psíquico e
de investigação de
pensamentos, lembranças e fantasias, verificando que os sintomas possuem uma
causa inconsciente e que podem afetar nossas escolhas e nossa vida em modo geral.
O psicoterapeuta
ajuda o paciente a reconhecer e distinguir a realidade interna e sua relação
com o sintoma apresentado
através de uma ansiedade, tristeza, dores e etc.
Como é o método?
• Através de associações de idéias trazias pelo paciente adulto;
terça-feira, 13 de agosto de 2013
A INFLUÊNCIA DA FIGURA PATERNA NA APRENDIZAGEM
Alguns podem estar se
perguntando: de que forma o pai pode influenciar diretamente no processo de
aprendizagem de seu filho? Não cabe a escola garantir um ensino de qualidade
para que qualquer criança aprenda? Se meu filho não aprende, ele não tem um
distúrbio neurológico? Apesar de alguns autores apontarem como principais
causas do fracasso escolar estarem relacionados com a desnutrição e as funções
neurológicas (Collares e Moysés, 1996; Patto, 1990, e Ragonesi, 1997 apud Fonseca, 2009), a literatura revela
uma imensa influência que exercida pelos pais, enquanto função nesse processo,
e alguns autores psicanalíticos consideram o fracasso escolar como um modo de
defesa do aparelho psíquico, levando a criança a uma inibição intelectual, ou
seja, a construção do sintoma do não-aprender.
A aprendizagem pode
ser definida como uma articulação entre o conhecimento e o saber, como sendo o
processo de integração e de adaptação do ser humano no seu ambiente. O
conhecimento constrói-se de forma impessoal enquanto que o saber constrói-se a
partir da relação com o outro, de forma pessoal, por meio da experiência
vivida. Portanto, o vínculo entre docente e discente é fundamental para que
ocorra a aprendizagem. Este ambiente se dá de forma circular, dentro de um
espaço onde haja confiança, respeito e estima. (Weil, 2004; Wrege, 2008; apud Silva, 2010).
A
família é primeiro ambiente de socialização da criança e onde ela encontra os
seus primeiros docentes, a mãe e o pai. Assim sendo, fica clara a importância
de estudarmos as relações familiares quando pensamos em dificuldade de
aprendizagem.
Quando consideramos a
relação pai e filho na construção da aprendizagem, percebemos que ausência da
figura paterna traz consequências importantes na aprendizagem, uma vez que os
pais são personagens significativos na vida das crianças. A criança precisa se
sentir segura para despertar a curiosidade, porque sem segurança a curiosidade
pelo novo pode assustar-se. Também precisa entender que errar faz parte da
aprendizagem e que se faz necessário passar por essa experiência, e que crescer
não significa que haverá inversão de papéis, porque precisamos desenvolver
diferentes habilidades, comportamentos e passar por diferentes fases para
sermos adultos (Silva, 2010).
Em famílias nas quais o pai se encontre ausente ou aquelas em
que os pais apresentavam pouca interação com seus filhos, percebe-se maior
associação com desempenhos pobres em testes cognitivos. (Shin, 1978 apud Andrade e Barros, 2009).
O pai representa para a criança um
principio de realidade e de ordem na família, auxiliando-a a desprender-se da
mãe facilitando sua passagem do mundo da família para o da sociedade. Assim,
será permitido o acesso à agressividade, a afirmação de si, a capacidade de se
defender e de explorar o ambiente. A proximidade do pai permite que a criança
sinta-se mais segura em seus estudos, na escolha de uma profissão ou na tomada
de iniciativas.
Por
outro lado, sua ausência tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento
psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de
distúrbios de comportamento, alem de interferir na representação mental da
aprendizagem podendo contribuir para o rebaixamento do desempenho escolar.
(Muza, 1998; Corneau, 1991 e Eizirik e Bergamann, 2004 apud Benczik, 2011; Andrade e Barros, 2009)
E a escola, qual sua função? Qual
seu papel na aprendizagem? A escola, dito por Ferrari (1999) tem a função de
romper o cordão umbilical, sendo o momento em que a criança entra em maior
contato com o mundo real. Os fracassos escolares e os problemas de aprendizagem
e de relacionamento com os outros tem como base, segundo o autor, em situações
familiares.
As
dificuldades de aprendizagem podem produzir diferentes sintomas, como
desatenção, inabilidade na linguagem e conceitos matemáticos não assimilados. A
intensidade do conflito dependerá de vários fatores, entre eles, da disposição
do sujeito em valores superegóicos, dos desejos não realizados e da tolerância à
frustração que a realidade impõe que, se for insuficiente, dificultará o ato de
aprender, sendo que todo aprendizado é necessariamente acompanhado de uma dose
de frustração, pois implica em abrir mão de muitos desejos para se debruçar no
fazer e refazer necessários a construção de conhecimentos. (Rodrigues, 2010)
Não
há duvidas de que os filhos precisam muitos de seus pais, e que a família, por
sua vez, precisa estar e se fazer presente, sem delegar a outros suas funções,
principalmente no processo de aprendizagem.
Na
prática diária, a criança se prepara para a vida. Cada nova situação exigirá um
tipo de resolução e a criança buscará soluções a partir de suas experiências,
seus modelos e exemplos. Sendo assim, tudo que a criança constrói e produz tem
um significado e valor porque, no momento que inventa, cria e descobre, ela
aprende.
A
modernidade trouxe uma série de mudanças, principalmente na família, mas tais
mudanças não isentam a instituição familiar e seu papel educador principal,
almejando o desenvolvimento e integração de seu filho à sociedade. A família é
primordial para o desenvolvimento do sujeito, independentemente de sua
estrutura, porque o indivíduo tem seus primeiros contatos com o mundo externo
no meio familiar, incorporando linguagem, valores e hábitos. Aprender através
do outro e de suas experiências permitirá a criança internalizar sentimentos,
afetos, informações e conhecimento. Assim, esta convivência com os pais, quando
saudável, é fundamental para que a criança se insira nos diferentes meios de que
fará parte, em particular do meio
escolar.
Raquel Formigoni Dias
Neuropsicóloga
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Dúvidas sobre avaliação neuropsicológica:
PARA QUE SERVE A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
Avaliações na área da Neuropsicologia são importantes porque, alem de
colaborar na definição de um diagnostico, oferecem evidências objetivas sobre o
alcance e a severidade do problema, identificando as funções que se mantém
preservadas. Esta informação é fundamental para direcionar uma possível
reabilitação bem como o encaminhamento para um trabalho conjunto com outros
profissionais, além de indicar o efeito de tratamentos medicamentosos ou
cirúrgicos.
COMO É FEITA A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
A avaliação
neuropsicológica engloba o levantamento do histórico clínico do
paciente (coleta de dados da história médica, psicossocial, ocupacional e do
desenvolvimento) bem como entrevistas realizadas com o paciente e/ou membros da
família e os testes neuropsicológicos
para avaliação das funções cognitivas com a finalidade de obter dados sobre o
funcionamento cerebral.
QUANDO PROCURAR UM
NEUROPSICÓLOGO?
Deve-se pensar em procurar um profissional desta área quando as
dificuldades começam a interferir na funcionalidade da vida cotidiana como, por
exemplo, problemas no aprendizado, lapsos de memória, perdas de habilidades
motoras, pessoas que tenham suspeitas ou diagnósticos de doenças como
Alzheimer, Dislexia, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade),
distúrbios mentais, alteração cognitiva após AVC (acidente vascular cerebral) e
após TCE (traumatismo crânio-encefálico), entre outras que interfiram na
cognição, no comportamento e nas atividades do sistema nervoso.
Também é
importante para o estabelecimento de diagnóstico diferencial entre patologias
que apresentam sintomas clínicos parecidos, como depressão, transtorno
cognitivo leve e demências.
Raquel Formigoni Dias
Neuropsicóloga
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