domingo, 27 de outubro de 2013

Alto nível de estresse em mulheres de meia-idade pode aumentar o risco de desenvolver demência na terceira idade

Segundo o site http://www.medicaltecnica.com.br/noticia#! uma pesquisa publicada em setembro de 2013 no jornal online BMJ Open, verificou que eventos da vida cotidiana vivenciados de forma estressante podem desencadear alterações fisiológicas longas e duradouras no cérebro. Foram analisadas 800 mulheres suecas cuja saúde e bem-estar mental foram monitorados por um período de quase 40 anos. Observou-se que 10% das mulheres desenvolveram demência, sendo que das quais 104 desenvolveram Alzheimer.
De acordo com a sociedade de Alzheimer, este não é o primeiro estudo a vincular o estresse com o desenvolvimento da demência. No entanto, ainda não se sabe se o estresse é a causa ou se exacerba os sintomas.
No entanto, como todos nós passamos por eventos estressantes, entender como esses eventos podem se tornar um fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer é a chave para nos ajudar a prevenir ou tratar a condição.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

DICAS PARA MEMÓRIA




  • amplie o repertório cultural, a leitura nos dá agilidade mental, aumenta nosso vocabulário e facilita a capacidade de associar ideias. Quanto mais diverso for o repertório de uma pessoa (literário, musical, cinematográfico etc.), melhor funcionará sua memória;

  • diversifique as atividades diárias;
  • bons hábitos alimentares: alimentos ricos em flavonoides (presentes nas frutas vermelhas), ômega-3 (peixes, castanhas), vitaminas do complexo B (carnes vermelhas, aves, grãos integrais, leite) e colina (ovos) – este último nutriente é precursor do neurotransmissor acetilcolina, que é envolvido no processo de memorização;
  • relaxantes noites de sono irão consolidar a memória de longo prazo;
  • atividade física aumenta a oxigenação cerebral e promove a liberação de substâncias favoráveis ao aprendizado, além de trabalhar a coordenação motora;
  • não adianta ler várias vezes para memorizar as dicas, mas prestar muita atenção em cada uma delas será essencial, pois a boa memória depende de atenção. Se a pessoa está desatenta ou distraída, não fixa bem as informações;
  • treino e disciplina;                              
  • Sigam as dicas e façam atividades diversificadas, que usem os sentidos para aquisição de informação de forma prazerosa e sem estresse, pois este libera o hormônio cortisol, o que faz com que a memória fique prejudicada quando há excesso dele;
  • A redução do número de sinapses (as conexões entre os neurônios), o decréscimo na produção de neurotransmissores e os declínios do metabolismo são problemas naturais que acompanham o envelhecimento e, por consequência, nossas memórias. Portanto, manter uma constante atividade intelectual pode minimizar a perda de neurônios.
  • TODAS AS ATIVIDADES SÃO IMPORTANTES QUANDO DÃO PRAZER, então escolha uma que seja interessante para você e benéfica para o cérebro: aprender a tocar um instrumento musical; estudar uma língua estrangeira; jogar videogame; fazer sudoku; buscar novas rotas para o trabalho; matricular-se em aulas de dança.



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Quais as consequências cognitivas de um stress pós traumático??


Com a violência social que vivemos hoje em dia, muitos de nós já passamos por situações estressantes e traumatizantes ou conhecemos alguém que já vivenciou um assalto, sequestro, violência física, psicológica, sexual e entre outras. E diante daquela pessoa vítima, nos deparamos com muitos sofrimentos e dificuldades, que acabam interferindo na vida pessoal, acadêmica e profissional da vítima. Eis que surge uma questão: qual a consequência neuropsicológicas do transtorno de estresse pós traumático? O que acontece com nosso cérebro que prejudica nossa vida de forma geral?
Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (2002), os critérios do transtorno de estresse pós traumático (TEPT) são agrupados em três categorias de sintomas: reexperiência intrusiva do trauma, esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e entorpecimento da reatividade geral e sintomas persistentes de excitabilidade fisiológica.
No CID 10 (Código das Doenças Internacionais – 10ª edição, 2006) em sua última versão, o estresse pós-traumático caracteriza-se como uma resposta tardia e/ou protraída a um evento ou situação estressante (de curta ou longa duração) de natureza excepcionalmente ameaçadora ou catastrófica. E, reconhecidamente, causaria extrema angústia em qualquer pessoa. O paciente experimentou, testemunhou ou foi confrontado com um evento ou eventos que implicaram morte ou ameaça de morte, lesão grave ou ameaça da integridade física a si ou a outros.
Cognitivamente falando, o TEPT é ainda entendido como, um distúrbio da memória, devido às falhas no processamento da informação do evento traumático, que podem estar associados: ao processamento seletivo do conteúdo do evento traumático, á generalização dos estímulos explícitos e implícitos da memória traumática, a problemas para o esquecimento direto do conteúdo traumático da memória, a problemas na recuperação das memórias autobiográficas (Macbally, 1998 apud Borges e Dell’Aglio, 2008).
De acordo com Bremner (1999), Glaser (2000) e De Bellis (2005) apud Borges e Dell’Aglio (2009) o abuso tem efeito sobre os processos de maturação e organização cerebral, devido a hiperativação crônica dos sistemas neurais de resposta ao estresse.
Pesquisas de neuroimagem indicam a presença de prejuízos no hipocampo, hipotálamo, amígdala, córtex pré frontal e giro cingulado anterior. Estas regiões estão implicadas na regulação emocional, aprendizagem, memória, atenção e controle executivo. Observa-se redução do volume cerebral, do hipocampo, do corpo caloso, giro cingulado anterior, giro cingulado superior e córtex pré frontal e aumento dos ventrículos laterais.
Grinker e Spiegel (1945), Kardiner (1941) e Tem (1993) apud Silva (2000), dizem que memórias traumáticas são codificadas de um modo diferente do que memórias de eventos comuns, isto porque o estado emocional, em que o individuo se encontra, interfere na função do hipocampo que estão ligados com a memorização.
            Pesquisas neurobiológicas e neuropsicológicas do transtorno de estresse pós traumático sugerem que as memórias intrusivas do trauma são acompanhadas de altos níveis de excitabilidade fisiológica, as quais ativam o hipocampo, a amígdala, o lobo temporal inferior, o córtex pré frontal e o eixo hipotálamo – hipocampo – amígdala (HHA) (Elzinga & Bremner, 2002; Pine, 2003 apud Borges e Dell’Aglio, 2009).
            Os mesmos autores citam que falhas na inibição dos estímulos cognitivos, baixa capacidade de inibição emocional, maior presença de lembranças intrusivas e déficits de atenção sustentada foram relacionadas aos prejuízos no funcionamento do córtex pré frontal.
            Estudos indicam também um baixo desempenho na memória verbal declarativa, memória imediata, habilidades visuoconstrutivas, atenção sustentada e nas funções executivas; pior desempenho em tarefas de atenção e raciocínio. O baixo desempenho na atenção pode estar associado à disfunção do córtex frontal e de suas conexões com o sistema límbico. (Bremner, Vermeth, Afzal & Vythilingam (2004); Vasterling & colaboradores (2002); Yehuda, Gobier, Halligan & Harvery (2004), Beers & De Bellis (2002) apud Borges e Dell’Aglio (2009).
            Eventos traumáticos ativma os sistemas neurais de resposta ao estresse: sistema nervoso central, sistema nervoso periférico, sistema neuroendócrino e sistema imunológico (De Bellis, 2001; Glaser, 2000; Yehuda, 2001 apud Borges e Dell’Aglio, 2008). Também observaram que os prejuízos nas funções cognitivas, verificados através de testagem neuropsicológica são: memória, envolvendo recuperação imediata de informações verbais e visuais; atenção verbal e visual; funções executivas, incluindo provas de resolução de problemas que estão relacionados com as seguintes estruturas: hipocampo, amígdala, córtex pré frontal e giro cingulado.
Diante do acima exposto, as dificuldades observadas nos pacientes com estresse pós traumático não são só de cunho emocional, mas também cognitivo. Deve-se, portanto, incluir no tratamento, além da psicofarmacoterapia, a avaliação neuropsicológica para constatar as funções prejudicadas e reabilita-las, psicoterapia com o objetivo de dar suporte e promover mudanças no estilo de vida do paciente.
                   
APA – Associação Americana de Psiquiatria. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 4 ed., 2002.

BORGES, J.L; DELL’AGLIO, D.D. Funções cognitivas e transtorno de estresse pós traumático em meninas vítimas de abuso sexual. Rio Grande do Sul: Revista Aletheia, n 29, p. 88-102, 2009. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942009000100008 Acessado em: 10.12.10

BORGES, J.L; DELL’AGLIO, D.D. Relação entre abuso sexual na infância, transtorno de estresse pós traumático e prejuízos cognitivos. Maringá: Revista Psicologia em estudo, vol 13, n 2, p.371-379, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a20v13n2.pdf Acessado em: 10.12.10

Organização Mundial de Saúde. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID 10. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

SILVA, I.R. Abuso e trauma: efeitos da desordem de estresse pós traumático e desordem de múltipla personalidade. São Paulo: Vetor, 2000.



Raquel Formigoni Dias
Psicóloga e Neuropsicóloga

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Transtorno bipolar lesa o cérebro

A doença causada pela alternância entre depressão e mania atinge 2,2% da população (4,2 milhões de brasileiros) segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria. Além de ser a doença que mais mata por suicídio: cerca de 15% dos doentes se matam (dados Folhapress).
Crises bipolares não são mudanças de humor no dia, de manhã está bem e a tarde irritado, nem se irritar facilmente, como muitos pensam. A doença tem duração de semanas, alteração do sono, perda do senso crítico e comportamentos compulsivos.
Segundo o grupo do psiquiatra Flávio Kapczinski da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estudos recentes que ainda não estão publicados, observam que o cérebro com transtorno bipolar não controlado sofre com o excesso de neurotransmissores pois as crises são acompanhadas com descargas de substâncias como dopamina e glutamato. Na tentativa de controlar, o organismo envia para região células protetoras e estas produzem inflamação, causando perda de conexão entre neurônios.
Após cinco episódios de crise perde-se 10% do hipocampo, área responsável pela memória. O paciente apresenta problemas de memória, planejamento e concentração, funções ligadas a parte frontal do cérebro.

Portanto, se não tratado, o transtorno mental que mais causa suicídio, faz uma enxurrada no cérebro.

domingo, 25 de agosto de 2013

Psicologia com crianças


Como identificar a necessidade de uma criança fazer tratamento psicoterapêutico?



Toda a criança tem a habilidade de comunicar que algo não está bem consigo. As formas de comunicação utilizadas são comportamentos, atitudes, reações que o adulto que está por perto perceberá como sendo esquisitas, estranhas, repetitivas e até mesmo irritantes.

Por exemplo, acordar no meio da noite chorando, porque tiveram um pesadelo, e queiram que um dos pais durma com ele. No entanto, não é natural que o problema para dormir apareça todas as noites. Um outro exemplo está na criança que começa a ir para a escola, apresentar resistência para ir nos primeiros dias é também comum, pois demora para ela entender que precisa ir na escola e que coisas legais podem acontecer lá também. Entretanto, uma criança que sempre simula estar doente ou que de fato parece adoecer por temor de ter que ir para a escola, que freqüentemente apresenta uma grande dificuldade para deixar o adulto para entrar na escola, está comunicando que a situação está sendo mais dolorosa do que deveria ser.

Estes exemplos simples querem dizer que identificar que uma criança está passando por problemas e necessita de ajuda profissional. O adulto precisa prestar atenção na persistência de comportamentos e sentimentos da criança que parecem não ser adequados, que antes não estavam presentes, que se tornaram freqüentes e que mostram não se solucionar.


Qual o papel dos pais no processo de tratamento psicológico da criança?

O papel dos pais é central no desenvolvimento de um tratamento psicológico bem-sucedido. Conforme dito anteriormente, é o adulto que tem o papel de reconhecer que algo não está bem com a criança, através de alterações de comportamento e atitudes diferentes que começam a surgir. 
A primeira consulta com o psicólogo é agendada com os pais da criança, esta é de grande importância, visto que é através dela que os pais podem contar ao psicólogo o que está acontecendo de diferente com a criança. É através dos pais também que o psicólogo pode investigar possíveis situações presentes no dia-a-dia da criança que podem estar associadas aos problemas que ela vem enfrentando. Por isso a importância dos pais na primeira consulta.Quando observamos a criança e os pais, algumas vezes a criança demonstra comportamentos diferentes diante do pai e da mãe, o que pode ser uma informação importante para o trabalho de investigação do psicólogo. 
Considerando que são os pais ou pessoas próximas que ficam encarregadas de levar a criança semanalmente às sessões de terapia, depende dos pais também zelar para que a criança compareça em todas as sessões de forma pontual. 
Ao longo do tratamento breves encontros com os pais podem ser agendados para informá-los de como o tratamento da criança tem progredido, assim como para dar-lhes possíveis orientações de como agir com a criança em momentos críticos. Os pais, por outro lado, podem aproveitar estes encontros para contar informações adicionais que achem importantes para o tratamento, assim como possíveis melhoras que tenham percebido na criança. 
Portanto, a relação dos pais  com o psicólogo é fundamental para o tratamento da criança e deve ser visto como cooperação e parceria. O psicólogo infantil necessita dos pais não para lhes passar criticá los, mas sim para obter informações e fornecer orientações a melhora da criança.


Que tipo de benefícios os pais podem esperar do tratamento psicoterapêutico infantil?

O objetivo de qualquer tratamento psicológico é que aquilo que gera conflito e problemas emocionais para o paciente seja identificado e tratado para que deixe de ser algo intolerável. Quando um problema é identificado e nomeado, estratégias de enfrentamento podem ser desenvolvidas pelo paciente, o que permite que o problema seja superado de maneira que o indivíduo viva sua vida saudavelmente. Pensando nisso, os pais podem esperar que o tratamento psicoterapêutico devolva à criança a possibilidade dela retomar uma infância mais tranqüila que a permita se desenvolver emocionalmente mais seguro e satisfeito. 
A terapia infantil visa auxiliar a criança a reconhecer e superar conflitos que têm, assim como a desenvolver estratégias saudáveis para tolerar as limitações que todos nós humanos temos nas nossas vidas, aprender a lidar com os deveres e com as faltas, além de poder expressar o que sentem, o que faz sofrer, o que incomoda e o que não está conseguindo lidar.

Raquel Formigoni Dias
Psicóloga e Neuropsicóloga

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Psicoterapia

Psicoterapia é um método de tratamento psíquico e de investigação de pensamentos, lembranças e fantasias, verificando que os sintomas possuem uma causa inconsciente e que podem afetar nossas escolhas e nossa vida em modo geral.
O psicoterapeuta ajuda o paciente a reconhecer e distinguir a realidade interna e sua relação com o sintoma apresentado através de uma ansiedade, tristeza, dores e etc.

Como é o método?
Através de associações de idéias trazias pelo paciente adulto;

A psicoterapia infantil acontece através de brincadeiras e jogos, pois nestes momentos a criança manifesta seus conflitos, sentimentos e emoções.
 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A INFLUÊNCIA DA FIGURA PATERNA NA APRENDIZAGEM

           
Alguns podem estar se perguntando: de que forma o pai pode influenciar diretamente no processo de aprendizagem de seu filho? Não cabe a escola garantir um ensino de qualidade para que qualquer criança aprenda? Se meu filho não aprende, ele não tem um distúrbio neurológico? Apesar de alguns autores apontarem como principais causas do fracasso escolar estarem relacionados com a desnutrição e as funções neurológicas (Collares e Moysés, 1996; Patto, 1990, e Ragonesi, 1997 apud Fonseca, 2009), a literatura revela uma imensa influência que exercida pelos pais, enquanto função nesse processo, e alguns autores psicanalíticos consideram o fracasso escolar como um modo de defesa do aparelho psíquico, levando a criança a uma inibição intelectual, ou seja, a construção do sintoma do não-aprender.
A aprendizagem pode ser definida como uma articulação entre o conhecimento e o saber, como sendo o processo de integração e de adaptação do ser humano no seu ambiente. O conhecimento constrói-se de forma impessoal enquanto que o saber constrói-se a partir da relação com o outro, de forma pessoal, por meio da experiência vivida. Portanto, o vínculo entre docente e discente é fundamental para que ocorra a aprendizagem. Este ambiente se dá de forma circular, dentro de um espaço onde haja confiança, respeito e estima. (Weil, 2004; Wrege, 2008; apud Silva, 2010).
            A família é primeiro ambiente de socialização da criança e onde ela encontra os seus primeiros docentes, a mãe e o pai. Assim sendo, fica clara a importância de estudarmos as relações familiares quando pensamos em dificuldade de aprendizagem.
Quando consideramos a relação pai e filho na construção da aprendizagem, percebemos que ausência da figura paterna traz consequências importantes na aprendizagem, uma vez que os pais são personagens significativos na vida das crianças. A criança precisa se sentir segura para despertar a curiosidade, porque sem segurança a curiosidade pelo novo pode assustar-se. Também precisa entender que errar faz parte da aprendizagem e que se faz necessário passar por essa experiência, e que crescer não significa que haverá inversão de papéis, porque precisamos desenvolver diferentes habilidades, comportamentos e passar por diferentes fases para sermos adultos (Silva, 2010).
Em famílias nas quais o pai se encontre ausente ou aquelas em que os pais apresentavam pouca interação com seus filhos, percebe-se maior associação com desempenhos pobres em testes cognitivos. (Shin, 1978 apud Andrade e Barros, 2009).
            O pai representa para a criança um principio de realidade e de ordem na família, auxiliando-a a desprender-se da mãe facilitando sua passagem do mundo da família para o da sociedade. Assim, será permitido o acesso à agressividade, a afirmação de si, a capacidade de se defender e de explorar o ambiente. A proximidade do pai permite que a criança sinta-se mais segura em seus estudos, na escolha de uma profissão ou na tomada de iniciativas.
Por outro lado, sua ausência tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento, alem de interferir na representação mental da aprendizagem podendo contribuir para o rebaixamento do desempenho escolar. (Muza, 1998; Corneau, 1991 e Eizirik e Bergamann, 2004 apud Benczik, 2011; Andrade e Barros, 2009)         
            E a escola, qual sua função? Qual seu papel na aprendizagem? A escola, dito por Ferrari (1999) tem a função de romper o cordão umbilical, sendo o momento em que a criança entra em maior contato com o mundo real. Os fracassos escolares e os problemas de aprendizagem e de relacionamento com os outros tem como base, segundo o autor, em situações familiares.
As dificuldades de aprendizagem podem produzir diferentes sintomas, como desatenção, inabilidade na linguagem e conceitos matemáticos não assimilados. A intensidade do conflito dependerá de vários fatores, entre eles, da disposição do sujeito em valores superegóicos, dos desejos não realizados e da tolerância à frustração que a realidade impõe que, se for insuficiente, dificultará o ato de aprender, sendo que todo aprendizado é necessariamente acompanhado de uma dose de frustração, pois implica em abrir mão de muitos desejos para se debruçar no fazer e refazer necessários a construção de conhecimentos. (Rodrigues, 2010)
Não há duvidas de que os filhos precisam muitos de seus pais, e que a família, por sua vez, precisa estar e se fazer presente, sem delegar a outros suas funções, principalmente no processo de aprendizagem.
Na prática diária, a criança se prepara para a vida. Cada nova situação exigirá um tipo de resolução e a criança buscará soluções a partir de suas experiências, seus modelos e exemplos. Sendo assim, tudo que a criança constrói e produz tem um significado e valor porque, no momento que inventa, cria e descobre, ela aprende.
A modernidade trouxe uma série de mudanças, principalmente na família, mas tais mudanças não isentam a instituição familiar e seu papel educador principal, almejando o desenvolvimento e integração de seu filho à sociedade. A família é primordial para o desenvolvimento do sujeito, independentemente de sua estrutura, porque o indivíduo tem seus primeiros contatos com o mundo externo no meio familiar, incorporando linguagem, valores e hábitos. Aprender através do outro e de suas experiências permitirá a criança internalizar sentimentos, afetos, informações e conhecimento. Assim, esta convivência com os pais, quando saudável, é fundamental para que a criança se insira nos diferentes meios de que fará parte, em particular do  meio escolar.

Raquel Formigoni Dias

Neuropsicóloga

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dúvidas sobre avaliação neuropsicológica:




PARA QUE SERVE A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
Avaliações na área da Neuropsicologia são importantes porque, alem de colaborar na definição de um diagnostico, oferecem evidências objetivas sobre o alcance e a severidade do problema, identificando as funções que se mantém preservadas. Esta informação é fundamental para direcionar uma possível reabilitação bem como o encaminhamento para um trabalho conjunto com outros profissionais, além de indicar o efeito de tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos.
COMO É FEITA A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
A avaliação neuropsicológica engloba o levantamento do histórico clínico do paciente (coleta de dados da história médica, psicossocial, ocupacional e do desenvolvimento) bem como entrevistas realizadas com o paciente e/ou membros da família e os testes neuropsicológicos para avaliação das funções cognitivas com a finalidade de obter dados sobre o funcionamento cerebral.
QUANDO PROCURAR UM NEUROPSICÓLOGO?
Deve-se pensar em procurar um profissional desta área quando as dificuldades começam a interferir na funcionalidade da vida cotidiana como, por exemplo, problemas no aprendizado, lapsos de memória, perdas de habilidades motoras, pessoas que tenham suspeitas ou diagnósticos de doenças como Alzheimer, Dislexia, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), distúrbios mentais, alteração cognitiva após AVC (acidente vascular cerebral) e após TCE (traumatismo crânio-encefálico), entre outras que interfiram na cognição, no comportamento e nas atividades do sistema nervoso.

Também é importante para o estabelecimento de diagnóstico diferencial entre patologias que apresentam sintomas clínicos parecidos, como depressão, transtorno cognitivo leve e demências.

Raquel Formigoni Dias
Neuropsicóloga