domingo, 25 de agosto de 2013

Psicologia com crianças


Como identificar a necessidade de uma criança fazer tratamento psicoterapêutico?



Toda a criança tem a habilidade de comunicar que algo não está bem consigo. As formas de comunicação utilizadas são comportamentos, atitudes, reações que o adulto que está por perto perceberá como sendo esquisitas, estranhas, repetitivas e até mesmo irritantes.

Por exemplo, acordar no meio da noite chorando, porque tiveram um pesadelo, e queiram que um dos pais durma com ele. No entanto, não é natural que o problema para dormir apareça todas as noites. Um outro exemplo está na criança que começa a ir para a escola, apresentar resistência para ir nos primeiros dias é também comum, pois demora para ela entender que precisa ir na escola e que coisas legais podem acontecer lá também. Entretanto, uma criança que sempre simula estar doente ou que de fato parece adoecer por temor de ter que ir para a escola, que freqüentemente apresenta uma grande dificuldade para deixar o adulto para entrar na escola, está comunicando que a situação está sendo mais dolorosa do que deveria ser.

Estes exemplos simples querem dizer que identificar que uma criança está passando por problemas e necessita de ajuda profissional. O adulto precisa prestar atenção na persistência de comportamentos e sentimentos da criança que parecem não ser adequados, que antes não estavam presentes, que se tornaram freqüentes e que mostram não se solucionar.


Qual o papel dos pais no processo de tratamento psicológico da criança?

O papel dos pais é central no desenvolvimento de um tratamento psicológico bem-sucedido. Conforme dito anteriormente, é o adulto que tem o papel de reconhecer que algo não está bem com a criança, através de alterações de comportamento e atitudes diferentes que começam a surgir. 
A primeira consulta com o psicólogo é agendada com os pais da criança, esta é de grande importância, visto que é através dela que os pais podem contar ao psicólogo o que está acontecendo de diferente com a criança. É através dos pais também que o psicólogo pode investigar possíveis situações presentes no dia-a-dia da criança que podem estar associadas aos problemas que ela vem enfrentando. Por isso a importância dos pais na primeira consulta.Quando observamos a criança e os pais, algumas vezes a criança demonstra comportamentos diferentes diante do pai e da mãe, o que pode ser uma informação importante para o trabalho de investigação do psicólogo. 
Considerando que são os pais ou pessoas próximas que ficam encarregadas de levar a criança semanalmente às sessões de terapia, depende dos pais também zelar para que a criança compareça em todas as sessões de forma pontual. 
Ao longo do tratamento breves encontros com os pais podem ser agendados para informá-los de como o tratamento da criança tem progredido, assim como para dar-lhes possíveis orientações de como agir com a criança em momentos críticos. Os pais, por outro lado, podem aproveitar estes encontros para contar informações adicionais que achem importantes para o tratamento, assim como possíveis melhoras que tenham percebido na criança. 
Portanto, a relação dos pais  com o psicólogo é fundamental para o tratamento da criança e deve ser visto como cooperação e parceria. O psicólogo infantil necessita dos pais não para lhes passar criticá los, mas sim para obter informações e fornecer orientações a melhora da criança.


Que tipo de benefícios os pais podem esperar do tratamento psicoterapêutico infantil?

O objetivo de qualquer tratamento psicológico é que aquilo que gera conflito e problemas emocionais para o paciente seja identificado e tratado para que deixe de ser algo intolerável. Quando um problema é identificado e nomeado, estratégias de enfrentamento podem ser desenvolvidas pelo paciente, o que permite que o problema seja superado de maneira que o indivíduo viva sua vida saudavelmente. Pensando nisso, os pais podem esperar que o tratamento psicoterapêutico devolva à criança a possibilidade dela retomar uma infância mais tranqüila que a permita se desenvolver emocionalmente mais seguro e satisfeito. 
A terapia infantil visa auxiliar a criança a reconhecer e superar conflitos que têm, assim como a desenvolver estratégias saudáveis para tolerar as limitações que todos nós humanos temos nas nossas vidas, aprender a lidar com os deveres e com as faltas, além de poder expressar o que sentem, o que faz sofrer, o que incomoda e o que não está conseguindo lidar.

Raquel Formigoni Dias
Psicóloga e Neuropsicóloga

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Psicoterapia

Psicoterapia é um método de tratamento psíquico e de investigação de pensamentos, lembranças e fantasias, verificando que os sintomas possuem uma causa inconsciente e que podem afetar nossas escolhas e nossa vida em modo geral.
O psicoterapeuta ajuda o paciente a reconhecer e distinguir a realidade interna e sua relação com o sintoma apresentado através de uma ansiedade, tristeza, dores e etc.

Como é o método?
Através de associações de idéias trazias pelo paciente adulto;

A psicoterapia infantil acontece através de brincadeiras e jogos, pois nestes momentos a criança manifesta seus conflitos, sentimentos e emoções.
 

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A INFLUÊNCIA DA FIGURA PATERNA NA APRENDIZAGEM

           
Alguns podem estar se perguntando: de que forma o pai pode influenciar diretamente no processo de aprendizagem de seu filho? Não cabe a escola garantir um ensino de qualidade para que qualquer criança aprenda? Se meu filho não aprende, ele não tem um distúrbio neurológico? Apesar de alguns autores apontarem como principais causas do fracasso escolar estarem relacionados com a desnutrição e as funções neurológicas (Collares e Moysés, 1996; Patto, 1990, e Ragonesi, 1997 apud Fonseca, 2009), a literatura revela uma imensa influência que exercida pelos pais, enquanto função nesse processo, e alguns autores psicanalíticos consideram o fracasso escolar como um modo de defesa do aparelho psíquico, levando a criança a uma inibição intelectual, ou seja, a construção do sintoma do não-aprender.
A aprendizagem pode ser definida como uma articulação entre o conhecimento e o saber, como sendo o processo de integração e de adaptação do ser humano no seu ambiente. O conhecimento constrói-se de forma impessoal enquanto que o saber constrói-se a partir da relação com o outro, de forma pessoal, por meio da experiência vivida. Portanto, o vínculo entre docente e discente é fundamental para que ocorra a aprendizagem. Este ambiente se dá de forma circular, dentro de um espaço onde haja confiança, respeito e estima. (Weil, 2004; Wrege, 2008; apud Silva, 2010).
            A família é primeiro ambiente de socialização da criança e onde ela encontra os seus primeiros docentes, a mãe e o pai. Assim sendo, fica clara a importância de estudarmos as relações familiares quando pensamos em dificuldade de aprendizagem.
Quando consideramos a relação pai e filho na construção da aprendizagem, percebemos que ausência da figura paterna traz consequências importantes na aprendizagem, uma vez que os pais são personagens significativos na vida das crianças. A criança precisa se sentir segura para despertar a curiosidade, porque sem segurança a curiosidade pelo novo pode assustar-se. Também precisa entender que errar faz parte da aprendizagem e que se faz necessário passar por essa experiência, e que crescer não significa que haverá inversão de papéis, porque precisamos desenvolver diferentes habilidades, comportamentos e passar por diferentes fases para sermos adultos (Silva, 2010).
Em famílias nas quais o pai se encontre ausente ou aquelas em que os pais apresentavam pouca interação com seus filhos, percebe-se maior associação com desempenhos pobres em testes cognitivos. (Shin, 1978 apud Andrade e Barros, 2009).
            O pai representa para a criança um principio de realidade e de ordem na família, auxiliando-a a desprender-se da mãe facilitando sua passagem do mundo da família para o da sociedade. Assim, será permitido o acesso à agressividade, a afirmação de si, a capacidade de se defender e de explorar o ambiente. A proximidade do pai permite que a criança sinta-se mais segura em seus estudos, na escolha de uma profissão ou na tomada de iniciativas.
Por outro lado, sua ausência tem potencial para gerar conflitos no desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança, bem como influenciar o desenvolvimento de distúrbios de comportamento, alem de interferir na representação mental da aprendizagem podendo contribuir para o rebaixamento do desempenho escolar. (Muza, 1998; Corneau, 1991 e Eizirik e Bergamann, 2004 apud Benczik, 2011; Andrade e Barros, 2009)         
            E a escola, qual sua função? Qual seu papel na aprendizagem? A escola, dito por Ferrari (1999) tem a função de romper o cordão umbilical, sendo o momento em que a criança entra em maior contato com o mundo real. Os fracassos escolares e os problemas de aprendizagem e de relacionamento com os outros tem como base, segundo o autor, em situações familiares.
As dificuldades de aprendizagem podem produzir diferentes sintomas, como desatenção, inabilidade na linguagem e conceitos matemáticos não assimilados. A intensidade do conflito dependerá de vários fatores, entre eles, da disposição do sujeito em valores superegóicos, dos desejos não realizados e da tolerância à frustração que a realidade impõe que, se for insuficiente, dificultará o ato de aprender, sendo que todo aprendizado é necessariamente acompanhado de uma dose de frustração, pois implica em abrir mão de muitos desejos para se debruçar no fazer e refazer necessários a construção de conhecimentos. (Rodrigues, 2010)
Não há duvidas de que os filhos precisam muitos de seus pais, e que a família, por sua vez, precisa estar e se fazer presente, sem delegar a outros suas funções, principalmente no processo de aprendizagem.
Na prática diária, a criança se prepara para a vida. Cada nova situação exigirá um tipo de resolução e a criança buscará soluções a partir de suas experiências, seus modelos e exemplos. Sendo assim, tudo que a criança constrói e produz tem um significado e valor porque, no momento que inventa, cria e descobre, ela aprende.
A modernidade trouxe uma série de mudanças, principalmente na família, mas tais mudanças não isentam a instituição familiar e seu papel educador principal, almejando o desenvolvimento e integração de seu filho à sociedade. A família é primordial para o desenvolvimento do sujeito, independentemente de sua estrutura, porque o indivíduo tem seus primeiros contatos com o mundo externo no meio familiar, incorporando linguagem, valores e hábitos. Aprender através do outro e de suas experiências permitirá a criança internalizar sentimentos, afetos, informações e conhecimento. Assim, esta convivência com os pais, quando saudável, é fundamental para que a criança se insira nos diferentes meios de que fará parte, em particular do  meio escolar.

Raquel Formigoni Dias

Neuropsicóloga

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Dúvidas sobre avaliação neuropsicológica:




PARA QUE SERVE A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
Avaliações na área da Neuropsicologia são importantes porque, alem de colaborar na definição de um diagnostico, oferecem evidências objetivas sobre o alcance e a severidade do problema, identificando as funções que se mantém preservadas. Esta informação é fundamental para direcionar uma possível reabilitação bem como o encaminhamento para um trabalho conjunto com outros profissionais, além de indicar o efeito de tratamentos medicamentosos ou cirúrgicos.
COMO É FEITA A AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
A avaliação neuropsicológica engloba o levantamento do histórico clínico do paciente (coleta de dados da história médica, psicossocial, ocupacional e do desenvolvimento) bem como entrevistas realizadas com o paciente e/ou membros da família e os testes neuropsicológicos para avaliação das funções cognitivas com a finalidade de obter dados sobre o funcionamento cerebral.
QUANDO PROCURAR UM NEUROPSICÓLOGO?
Deve-se pensar em procurar um profissional desta área quando as dificuldades começam a interferir na funcionalidade da vida cotidiana como, por exemplo, problemas no aprendizado, lapsos de memória, perdas de habilidades motoras, pessoas que tenham suspeitas ou diagnósticos de doenças como Alzheimer, Dislexia, TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), distúrbios mentais, alteração cognitiva após AVC (acidente vascular cerebral) e após TCE (traumatismo crânio-encefálico), entre outras que interfiram na cognição, no comportamento e nas atividades do sistema nervoso.

Também é importante para o estabelecimento de diagnóstico diferencial entre patologias que apresentam sintomas clínicos parecidos, como depressão, transtorno cognitivo leve e demências.

Raquel Formigoni Dias
Neuropsicóloga